Rode Medeiros

Porque buscar a liderança

Recentemente, li uma matéria na revista VocêRH, sobre o desinteresse dos jovens pela liderança. Tal reportagem ecoa nos meus atendimentos de coaching de liderança, onde as sensações de pressão e de impotência se fundem em frustração. Frustração pelo que? Em realmente desenvolver pessoas.

https://vocerh.abril.com.br/coluna/rafael-souto-vocerh/desinteresse-de-jovens-pela-lideranca-e-sinal-dos-tempos

Todos sabemos que liderança é focada em cuidar de pessoas para que as mesmas se desenvolvam e potencializem suas habilidades em prol do atingimento dos resultados esperados. Mas como me disse uma coachee: “Cada vez que damos o nosso melhor e atingimos os resultados, a régua sobe”. E é neste contexto que o líder, principalmente o líder intermediário,  vive o seu dia a dia.

 

Então, as perguntas que se fazem necessárias são:

  • Vale a pena ser líder?
  • O que eu vou ganhar com isso?
  • Se eu ficar aqui no meu canto, fazendo o meu trabalho básico, camuflado entre e-mails e reuniões, não estarei mais saudável e com mais qualidade de vida?
  • O que eu ganho em assumir a liderança de um grupo de pessoas e ser responsável pelo trabalho delas?

Para responder essas perguntas, precisamos entender que o medo do resultado é a ignorância do processo. Portanto, vamos pensar no processo.

Fatores que viabilizam boas lideranças

Identifico 5 fatores que se fazem necessários para que se deseje a liderança e a desenvolva:

1) Conhecer o que é a liderança e lugares onde exercê-la 

O conceito de liderança é vasto e motivo de vários estudos, mas gosto do conceito que já citei acima: “cuidar de pessoas para que as mesmas se desenvolvam e potencializem suas habilidades em prol do atingimento dos resultados esperados”.  Veja também: Liderança: pessoas + resultados   Esse conceito pode ser praticado em vários níveis de liderança dentro de organizações, como:

  • Liderança no topo da pirâmide – CEOs, donos da organização, empresários, presidentes, diretores
  • liderança intermediária – gerentes, coordenadores, supervisores
  • liderança por influência – em qualquer cargo 

2) Habilidades comportamentais necessárias 

Para cada lugar de liderança, habilidades naturais e desenvolvidas serão necessárias. Vejamos uma sugestão de habilidades:

  • Liderança no topo da pirâmide precisa de habilidades comportamentais como:
    • Visão
    • Análise de Problemas Complexos
    • Defender Mudanças
    • Orientação para Resultados
    • Influência e Persuasão
    • Gerenciar Outros
    • Inteligência Organizacional
    • Tino para Negócios
    • Integridade
    • Coragem nas convicções
    • Comunicação
    • Aprendizado constante
  • Liderança intermediária:
    • Julgamento decisivo
    • Defender mudanças
    • Planejamento e Organização
    • Orientação para Resultados
    • Gerenciamento de outros
    • Treinamento e Desenvolvimento de Outros
    • Administração de Relacionamentos
    • Tino para Negócios
    • Comunicação
    • Integridade
  • Liderança por influência:
    • Credibilidade
    • Conexões
    • Respeitabilidade
    • Magnetismo
    • Conhecimento de Processos e Caminhos
    • Clareza de Objetivo
    • Valorizar o Grupo
    • Valorizar cada um individualmente

3) Ter bons exemplos e modelos que possam inspirar e modelar

Quando falamos em liderança, geralmente os exemplos são Bill Gates, Oprah Winfrey, Obama, Michele Obama, Papa Francisco. São excelentes exemplos, mas são muito distantes de nós. Temos dificuldade de lembrar de bons exemplos brasileiros de liderança e ainda de lembrarmos de bons exemplos com os quais convivemos.

No Brasil, podemos citar: Fernando Henrique Cardoso, Airton Sena, Pelé, Silvio Santos, Hebe Camargo, Luiza Helena Trajano, e muitas outras pessoas em diversas áreas.

Mas quais realmente nos inspiram e podemos modelar, imitar? A convivência com ótimos e inspiradores lideres pode marcar nossa vida. Lembrar de um professor, chefe, pai, mãe, pessoas significativas e inspiradoras faz muita diferença.

4) Autoconhecimento das habilidades que realmente possui e quais podem ser aperfeiçoadas 

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Essa é uma frase cantada por Maria Bethania. Podemos admirar o outro e suas habilidades e achar o máximo o que o outro desenvolve mas não é possível viver o que o outro vive. Cada um de nós tem habilidades próprias e quando exercemos nossas tarefas, cargos, conhecimento usando nossas habilidades naturais, nadamos de braçada em qualquer água. Portanto vale a pena responder relatórios como Disc, SixSeconds, Assess, Avaliação 360º, receber feedback formal e informal para descobrirmos e validarmos quais nossas principais habilidades e potencializá-las.

Veja também livros que ajudam no autoconhecimento

Após descobrir e validar nossas habilidades, precisamos comparar com o que se esperar de nós como líderes. Quanto mais coerência houver em nossas habilidades naturais e desenvolvidas com aquilo que é esperado de nós, mais desfrutaremos dos prazeres e alegrias com qualidade de vida em nossos cargos e funções.

5) Percepção de oportunidades de treinamento seguro

Pensemos então nas habilidades naturais e desenvolvidas que a pessoa precisa ter para exercer a liderança. Provavelmente o líder nunca terá todas com nota 10, mas entender o que é necessário para ser um bom líder é o primeiro passo para saber se há identificação com o que se espera do cargo. O segundo passo é entender e buscar o processo para desenvolvê-las. Treinamento seguro é o exercício da atividade de liderança com confiança de supervisão, feedbacks, respeito aos erros e aprendizados. O terror, medo, “geladeira”, cancelamento não são treinamentos seguros.

Portanto, podemos concluir que para saber se vale a pena ser líder ou não, o mais importante é desejar a liderança pelos motivos corretos. Liderança é um lugar onde precisa querer estar e não há outro lugar melhor para se estar.

 

Abraço e até a próxima!

 

 

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