Imagine se você tivesse uma bola de cristal e pudesse enxergar o seu futuro. O que você estaria vendo? Como seria sua aparência, que roupa estaria usando, qual postura você teria, como estaria sua saúde? Sobre o que você estaria falando, qual o assunto você estaria dominando? Como estaria seu humor, seu coração, suas emoções? O que estaria fazendo para se divertir? Quem estaria com você na jornada da vida?
Prever o futuro parece magia, feitiçaria ou coisa assim. Mas prever o futuro é uma capacidade que todos nós temos mas poucos usam. Prever é antever algo, é observar com antecedência e concluir sobre prováveis consequências. Os meteorologistas nos informam se irá ou não chover. Eles não tem bola de cristal, apenas observam com profundidade os movimentos das nuvens e ventos.
A pergunta portanto é: O que você enxerga sobre o seu futuro? No exercício proposto no início do texto, podemos viajar no pensamento e nos imaginar recebendo uma grande fortuna, descobrindo a cura do mal do século, desfrutando de tudo o que consideramos impossível para nós hoje. Mas sabemos, através da observação profunda ou até mesmo rasa, que isso provavelmente não acontecerá.
O futuro começa hoje
Para se desenvolver a capacidade de prever o nosso futuro é necessário aceitar que o futuro não cai em nosso colo de repente, do nada. O futuro é construído no presente. Portanto, somente a observação das consequências de nossas ações de hoje pode nos ajudar a prever o futuro que iremos viver.
O certo é que, se não morrermos, o futuro chegará e precisaremos estar preparados para ele. Leia também https://rodemedeiros.com.br/2022/11/23/objetivos-x-vida-imprevisivel. Uma aposentadoria abundante dependerá do quanto é reservado para ela hoje. Uma promoção depende de quanta capacitação técnica, comportamental e relacional é desenvolvida consistentemente. A excelência profissional depende de quanto aprendizado é aplicado no dia a dia.
Atendi uma coachee em Coaching Executivo que queria a expansão de sua empresa obtendo o dobro de seu faturamento. Para que esse futuro fosse construído precisou desenvolver, no dia a dia, a percepção de processos gerenciais que não eram naturais em seu perfil comportamental DiSC. Ela tinha os pontos fortes de seu perfil em tomada de decisões e não em processos. Para criar o futuro desejado, ela aprendeu sobre processos para saber escolher uma assistente nesta área.
De forma mais racional, sem viajar no pensamento da bola de cristal, precisamos definir o que queremos para o nosso futuro. Como já disse Stephen Covey, “tudo começa com uma criação mental”. Mas não para aí.
Para construir o futuro desejado, o primeiro passo é saber o que se quer. Para ter maior clareza no que quer da vida e testar as possíveis opções, um bom começo é fazer a ferramenta 5W2H.
5W2H
What?
O que você quer criar? O que você quer fazer? O que você quer ser? Qual o seu futuro desejado?
Esse “o que você quer?” pode ter como resposta um envergonhado “não sei” em um primeiro momento. Mas quando começa-se a investigar obtém-se respostas firmes.
Para investigar o “o que você quer”, podemos usar a Roda da Vida, uma ferramenta que faz uma varredura em 12 áreas da vida buscando nível de satisfação, descobrindo dores que precisam ser curadas, buscando soluções para desenvolvimento pessoal.
As 12 áreas da vida são: Veja mais detalhes sobre esse tema no linkhttps://www.udemy.com/course/feliz-ano-todo/?referralCode=E9FC232773AE37F91B1B
- Corporal
- Intelectual
- Emocional
- Espiritual
- Lazer
- Rotinas
- Relacionamento familiar
- Relacionamento social
- Relacionamento amoroso
- Cidadania
- Finanças
- Legado
Nesta procura pelo “O que eu quero” há premissas fundamentais:
- Estar no meu campo de autoridade. Isso é, não adianta eu querer construir algo que não dependa de mim, pois não controlo o que o outro faz. Posso, no máximo, influenciar outros mas não decidir pelo outro.
- Ser SMART = eSpecífico, Mensurável, Alcançável, Realista e Temporais (dentro de um tempo definido)
- Ser positivamente definidas
- Ser ética
- Ser relevante
- Ser entendida com clareza
- Ser desafiadora
- Ser legalmente constituída
- Ser ambientalmente saudável
- Ser adequada
- Ser registrada
Why?
Por que? Por que você quer fazer isso? Por que você quer isso? Por que você quer ser isso?
A razão faz toda a diferença em nossas decisões. Somente pessoas robotizadas agem sem razão, sem motivo, apenas obedecendo ordens ou rotinas sem a busca pela razão. Viktor Frankl, em seu livro Em Busca de Sentido, onde ele relata sua vida em um campo de concentração na Segunda Guerra Mundial, cita: “Quem tem um ´Porque´ enfrenta qualquer um ´Como´”.
O Porque de cada um estará ligado aos seus valores pessoais. Valor pessoal é uma convicção ou atitude que lhe servirá como guia na vida. Eles podem ser herdados dos pais, construídos e descontruídos ao longo da vida, são hierárquicos e podem ser motivadores ou inibidores. Alguns exemplos de valores:
- Dignidade
- Respeito próprio
- Respeito ao próximo
- Respeito pela natureza
- Igualdade
- Liberdade
- Amor
- Autonomia ou independência
- Compaixão
- Felicidade
- Honestidade
- Saúde
- Convivência com a família
- e muitos outros
O Porque, baseada em valores, traz uma causa pela qual vale a pena agir, dá um motivo que vale a pena ser fiel.
Who?
Quem fará acontecer? Quem será o responsável? Quem será a equipe? Como quem pode-se contar?
O “quem” principal pela nossa própria vida precisa ser a própria pessoa. É assumir o protagonismo da vida entendendo a dinâmica da interdependência e da influência mútua. Ninguém faz nada sozinho mas a vida é individual e cada um precisa ser responsável pela própria vida.
Mas para que haja esse protagonismo na vida, é necessário o autoconhecimento. Ter clareza de pontos fortes e fracos é fundamental para saber quais ações poderão ser assumidas e quais precisarão de ajuda. O detalhe aqui é que o autoconhecimento será realizado com base no What e no Why. Fazer autoconhecimento sem o “o que” e sem o “por que” pré-definidos é fazer um mergulho no oceano sem ter direção alguma.
Algumas ferramentas que ajudam muito no processo de autoconhecimento sempre ancorado no What e no Why são:
- SWOT (ou FOFA) – Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças;
- DiSC – Avaliação de Desafios, Influência, eStabilidade e Conformidade
- I.E. – Avaliação de Inteligência Emocional
- Avaliação de competências comportamentais
When?
Quando? Quando você quer atingir os resultados desejados? Quando você vai atuar? Quando vai começar? Quando vai terminar? Quais serão os marcos intermediários?
O futuro só é construído quando se tem um plano de ação com data de inicio, meio e fim. Sonho não precisa de data. Plano precisa!
O “quando” pode ser dividido em etapas para facilitar o atingimento de marcos intermediários.
- Projeto Construindo o Futuro Desejado: ___________________
- Início: ________/_________/___________
- Final: ________/__________/___________
- Etapa 1: _____________________________
- Início: ________/_________/______
- Final: ________/__________/______
- Etapa 2: _____________________________
- Início: ________/_________/______
- Final: ________/__________/______
- Etapa 1: _____________________________
O grande desafio do “quando” é que ele, na maioria dos casos, não acontece conforme o planejado, levando as pessoas a se decepcionarem e, frustradas, abandonarem o plano todo. O “quando” requer atitudes bem desenvolvidas no Why e no Who para driblar os obstáculos que surgem, readequar os planos, avaliar os riscos sem perder o projeto.
Where?
Onde? Onde o “what” será construído? Será no mundo físico ou no digital? Será no trabalho ou na família em casa? Será na faculdade?
O “onde” funciona como um delimitador de ambiente. Não conseguimos construir tudo ao mesmo tempo em todas as 12 áreas da vida. Provavelmente o futuro que estamos construindo no trabalho terá impacto positivo e vice-versa, mas é preciso delimitar o nosso plano de construção de futuro em um ambiente para que haja início, meio e fim, mensuração, registro e percepção clara do resultado final.
- Projeto Construindo o Futuro Desejado: ___________________
- Área de atuação: ____________________________________________
- Físico ou Digital: ___________________________________
- Local: ______________________________________________
- Ambiente Favorável ou desfavorável: _____________
- Ambiente precisa de adaptação: __________________
- Qual impacto do ambiente sobre o projeto: __________________
How?
Como? Como será feito? quais recursos vou precisar? Quais ações serão necessárias?
O “como” fica fácil quando se tem um “por que”. O “como” é a execução diária, o agendamento, a ação que gera o resultado desejado. O “como” é o uso do método adequado, é a implementação do processo, do procedimento, do padrão de ação.
A grande dificuldade do “como” é a identificação do melhor processo de execução diária e contínua. Muitas vezes, até se encontrar o caminho, há o processo de tentativa e erro pois o que funciona para um pode não funcionar para todos. No entanto, há caminhos para se mapear no “como”:
- Agenda – separar na agenda o tempo para se dedicar ao projeto
- Processo – criar os processos necessários para que o projeto seja viabilizado
- processo de estudo de viabilização
- processo de modelagem
- processo de planejamento
- processo de execução
- Análise dos processos e resultados
- Ajustes e readequações necessárias
- Atingimento de Resultados
How Much?
Quanto custa? Qual será o valor investido? Quanto custará em dinheiro? Quais serão as fontes financeiras? Haverá resultado financeiro? Quanto será o resultado financeiro?
Um texto atribuído a Jesus traz sabedoria a esse “How Much”:
“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se senta primeiro a calcular as despesas, para ver se tem com que a acabar?
Para não acontecer que, depois de haver posto os alicerces, e não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a zombar dele,
dizendo: Este homem começou a edificar e não pode acabar.
Provavelmente essa sabedoria de Jesus não é muito usual, pois vemos muitas e muitas pessoas começando construções de futuro (físicas ou não) e não terminando o que começou. Mas esse não é um procedimento sábio. Pode ser comum mas não é correto.
O planejamento financeiro é fundamental para se ter tranquilidade na execução de um projeto, e pode ser o mais simples ou mais detalhado em planilhas complexas. O importante é ter clareza de receitas e despesas e ter saldo positivo no final.
- Receitas – fonte de renda que pode ser por herança, prêmio, trabalho, investimento, empréstimo, sorte, etc..
- Despesas: pagamentos de valores que sejam importantes para o projeto, justos, adequadamente pagos
- Saldo Final: resíduo final que precisa ser positivo para ser viável a longo prazo. Caso seja negativo, há necessidade de redimensionar o projeto.
Previsão de futuro
Com base no que analisamos acima, o que você pode ver no seu futuro? Voltemos para a bola de cristal e para as perguntas que fiz no começo deste texto. O futuro precisa ser construído a partir de atitudes desenvolvidas hoje.
Desejo a você um futuro brilhante, com muito desenvolvimento pessoal e profissional, relacionamentos ricos e resultados que proporcionem muita satisfação.
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Sou coach (orientadora pessoal e profissional) e ajudo pessoas com:
Definição de objetivos
Autoconhecimento
Autogerenciamento
Atingimento de resultados
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